15 de jan. de 2014

Peugeot RCZ tem design arrojado e conjunto acertado

Peugeot RCZ tem design arrojado e conjunto acertado; preço é de R$ 134 mil





Toda marca, principalmente uma generalista, precisa de uma vitrine para seus projetos de ponta. No que se refere a design, o RCZ faz essa função para a Peugeot. O carro foi lançado na Europa em abril de 2010 – chegou no Brasil em outubro do ano seguinte – e tem no visual “causador de torcicolos” sua maior virtude. Em 2013, a marca deu um “tapa” nas linhas da frente, que perdeu o “bocão” característico dos Peugeot de gerações passadas. Por aqui, a mudança – que apareceu no país em agosto – pouco influiu na média de vendas, cerca de 14 carros mensais em 2013. O número foi até menor que em 2012, quando o patamar ficou em 20 unidades por mês. Mas encher as ruas nacionais não é mesmo a intenção da marca com o carro. Com uma etiqueta de preço de R$ 134.490, o RCZ é até mais caro que o único rival direto no Brasil, o Mini Cooper S Coupé – que custa R$ 129.950 –, mas oferece linhas bastante peculiares para conquistar algumas das garagens mais abastadas no Brasil.




Sob o capô, o conhecidíssimo conjunto formado pelo motor THP 1.6 litro turbinado de 165 cv a 6 mil giros e 24,5 kgfm de torque a baixas 1.400 rotações, sempre aliado ao câmbio automático de seis marchas. Ele está em praticamente toda a linha, empurrando as versões mais caras de 308 e 408, além do crossover 3008. A Citroën também usa o propulsor no C4 Lounge topo e nos DS3, DS4 e DS5. O motor é capaz de levar o RCZ de zero a 100 km/h em 8,4 segundos e à máxima de 213 km/h, números coerentes com a proposta e poderio do conjunto. O 1.6 litro ainda é o mesmo usado pelo concorrente, o Mini Coupé. Mas no modelo inglês, desenvolve 184 cv.
No entanto, é no design que o RCZ tem seu grande trunfo. O perfil baixo é bastante agressivo, com uma frente curta e traseira alongada, e tem muita personalidade. O teto curvo, com direito aos arcos com acabamento metalizado, ainda ostenta dois sutis “calombos” sobre as cabeças dos dois ocupantes da traseira. As rodas grandes de 18 polegadas compõem o conjunto, que ainda consegue ser muito elegante. Mas é na frente que estão as maiores modificações no visual. Sai de cena a característica entrada de ar exagerada – que no RCZ até combinava –, em troca de uma grade menor, com filetes cromados e uma discreta inscrição do nome da marca. Mais acima, o leão da Peugeot, que também teve o tamanho reduzido. Os faróis pouco mudaram, mas agora ostentam fundo escurecido. Perfil e traseira ficaram como eram, com o charmoso aerofólio que se ergue quando o carro ultrapassa os 85 km/h.
Dentro, a marca manteve o acabamento de qualidade e boa lista equipamentos. Porém, o visual da cabine é muito semelhante ao de qualquer outro Peugeot – exceto pelas saídas de ar circulares e pelo relógio analógico no centro do painel. A marca ainda diz que o carro pode levar quatro passageiros, em duas poltronas principais e dois minúsculos assentos atrás. Há revestimento em couro por todo o habitáculo e os bancos contam com regulagens elétricas e aquecimento. O ar-condicionado é automático de duas zonas e o esportivo passou a contar com uma tela de 7 polegadas retrátil no alto do painel que incorpora o navegador por GPS. Parece pouco para os R$ 135 mil pedidos, mas ainda assim, outros rivais, como os alemães Audi TT e BMW Z4 custam bem mais, têm preços acima dos R$ 200 mil, e apenas o BMW vende mais que o RCZ, com 35 carros mensais em 2013 – Audi e Mini venderam menos de 10 carros por mês. Entre os “belos da rua”, o RCZ nem parece tão caro assim.

Veículo tem visual que chama a atenção

Como carro de imagem que se preze, o RCZ tem visual que chama atenção por onde passa e tem um belo acabamento. A linha de cintura alta e o teto baixo – com a área envidraçada pequena – dão muita personalidade ao RCZ. O ar é bem esportivo, realçado pelas rodas grandes, o caimento suave da traseira e as duas inusitadas “bolhas” no teto envidraçado. A frente baixa ficou elegante com os novos traços adotados, que incluíram pequenas fileiras de leds diurnos.
Peugeot RCZ tem design arrojado e conjunto acertado; preço é de R$ 134 mil
Motor THP de 1.6 l turbinado tem 165 cv de potência (Foto: Luiza Dantas/Carta Z Notícias)
Em movimento, o RCZ não decepciona. O 1.6 l turbinado tem 165 cv e respostas rápidas ao acelerador. Mesmo não sendo muito leve, com 1.363 kg, o cupê tem desempenho convincente, com boa dose de vitalidade. O câmbio automático de seis marchas tem trocas precisas e dificilmente erra na escolha das marchas, mas não é dos mais suaves – ainda que o comportamento seja compatível com a proposta do carro. O conjunto permite uma tocada até agressiva, com ótimo acerto de chassi. A suspensão é firme e segura muito bem o carro nas curvas. É difícil notar alguma rolagem na carroceria, que se mantém plantada no asfalto. Em velocidades mais altas, há alguma flutuação da traseira, mas nada que assuste o motorista. No entanto, o acerto suspensivo compromete um pouco o conforto a bordo, prejudicado pelos baques secos que a suspensão dá ao encarar ruas com asfalto ruim ou paralelepípedos.
O interior é muito bem acabado, com materiais de bom nível e revestimentos primorosos. As costuras aparentes passam sensação de qualidade e os arremates são certeiros. O relógio analógico no centro do painel é um charme à parte. O senão é o espaço limitado. Os dois ocupantes da frente até tem bom vão livre – ainda que o acesso não seja dos mais fáceis em função do teto baixo. Atrás, nem crianças pequenas conseguem se acomodar com conforto – serve, no máximo, para trajetos curtos.

Ficha técnica


Motor: Gasolina, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, alimentado por turbina de hélice dupla, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro. Comando duplo de válvulas no cabeçote com sistema de variação de abertura na admissão e escape. Injeção direta de combustível e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático de seis marchas à frente e uma à ré. Tração dianteira. Oferece controle de tração.
Potência máxima: 165 cv a 6 mil rpm.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 8,4 segundos.
Velocidade máxima: 213 km/h.
Torque máximo: 24,5 kgfm a 1.400 rpm.
Diâmetro e curso: 77,0 mm x 85,8 mm. Taxa de compressão: 11,0:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson com barra estabilizadora, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos pressurizados. Traseira com rodas independentes, travessa deformável e amortecedores hidráulicos pressurizados. Oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 235/45 R18.
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS.
Carroceria: Cupê em monobloco com duas portas e quatro lugares. Com 4,28 m de comprimento, 1,84 m de largura, 1,35 m de altura e 2,61 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais e laterais.
Peso: 1.363 kg.
Capacidade do porta-malas: 321 litros.
Tanque de combustível: 55 litros.
Produção: Graz, Áustria.
Lançamento mundial: 2010.
Lançamento no Brasil: 2011. Reestilização: 2013.
Itens de série: Airbags frontais e laterais, aerofólio móvel, controle de estabilidade, faróis de xenon direcionais, freios ABS, sensor crepuscular e de chuva, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, ar-condicionado automático de duas zonas, bancos de couro com aquecimento, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, direção assistida, controlador de velocidade de cruzeiro, vidros, travas e retrovisores elétricos, retrovisores eletricamente rebatíveis, rádio/CD/MP3/USB/AUX/Bluetooth com tela de 7 polegadas e rodas de liga leve de 18 polegadas. Opcional: Pintura perolizada.
Preço: R$ 134.490.
Preço completo: R$ 136.990.








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